Quase balada - três poemas de Marcos Samuel Costa
Quase balada Vozes que gritam distante qualquer coisa sobre muito amar fecham os olhos em lágrimas fecham os olhos em fogo o maior desejo carnívoro é a boca do homem amado. Onça amarela Vasos de plantas secas antigas flores imóveis veículos sem rodas estação chuvosa barro da rua nos pés onça de argila amarela ruge na madrugada Carrinho de plástico Quebrado entre pesadas máquinas: pés humanos ondas violentas cachorros enlouquecidos que correm na praia sem seus donos. o carrinho de plástico de Lucas se desfaz sabemos perder essa luta mas Lucas não ele não sabe medir consequências pros e contras as mãos pretas de seu pai tocam os canais fluidos na passagem das águas e seu cabeço bagunçado só o pai de Lucas poderia lhe levar a paz depois de sua perda para onde seu pai foi?