Tangerinas em um prato azul - crônica de marcos samuel costa
Vincent Van Gogh N os últimos tempos , ando refletindo muito sobre vestígios, termo técnico das ciências humanas, mas que aqui quero ler a partir de uma noção poética, pois passei a nutrir uma certa paixão, quase boba e sem fins maiores, pela Arqueologia. Nos longos e exaustivos dias de estudos, leituras (para a produção de uma etnografia), tarefas, quotidiano de viagens, que faço para assistir às aulas na universidade em Belém, penso nos vestígios que cercam nossas vidas. O que, juntando, vai se tornando memórias, lembrança e até mesmo trauma. Penso, um dia, em escrever muitas memórias, ser um memorialista ou, quem sabe, apenas continuar juntando memória e ficção, como quem junta conchas na praia, com quem cataloga trivialidades. Quando se escreve um texto, é tão bom mentir; nisso mora o prazer de escrever ficção. Ou, quem sabe, construir verdades e opiniões particulares, sem ter a verdade como fonte, a comprovação científica como embasamento. No entanto, me g...




