Vingar (crônica) - marcos samuel costa

 



Vingar


Estou com certa saudades de escrever crônicas, porém, recentemente um conhecido disse algo sobre esse gênero de textos não serem por exemplo: cartas. E eu sempre fiz cartas como se fossem crônicas e crônicas como se fossem cartas. Mas a questão não é essa, não é disso que quero me propor a falar (ou escrever).
Bem, depois de alguns anos, revi o filme Kill Bill I e II, (talvez tenha visto pela primeira vez em 2018), e na época esse filme mexeu muito com a minha cabeça, junto com o romance "O amor dos Homens avulsos" do Victor Heringer.
Foi quando comecei a escrever o meu romance, o segundo na época, "O cheiro dos homens", muito influenciado pela liberdade criadora do Tarantino e pela experimentação do Victor. E seguiram sendo grandes paixões e referências, claro que vi outros filmes desse diretor e li outros livros desse autor.
Mas também nem é bem sobre isso que quero escrever, falar ou dizer, sei lá. Depois que revi Kill Bill I e II, fiquei pensando mesmo na vingança e como nossas vidas são povoadas por esse sentimento que às vezes se traduzem em ações.
Fiquei pensando, mesmo que sendo ingênuo, que não gosto de vingança, graças a minha formação cristã precoce, cresci na igreja evangélica quadrangular, quando na verdade a vingança faz parte da minha vida tão quanto o amor, a saudade e afins.
E que mesmo quando digo que não irei usar de vingança para quem me ofende, machuca e adoece, é a vingança que toma meus pensamentos e conduz meus atos, que se afastar de alguém, oferecer nosso silêncio, recusar lhes entregar nossas palavras, cessamos nossas presenças, as removemos de nossas redes sociais e apagamos seus contatos da nossa agenda, é esse sentido, que se veste de sentimento ou o contrário, que está agindo.
Porém, penso no que nos dá ou retira nosso direito de sentir o que sentimos, se podemos simplesmente olhar e ver tudo acontecer sem jamais dizer: "isso me provocou tanta dor".
No entanto, com no caso de Beatrix Kiddo, a vingança também pode ser nossa maior prisão, ou maior força e maneira de liberdade (não estou dizendo que ninguém deve agir com violência, meu eu cristão agindo rápido).

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