um dia de praia
navegava
os passos faziam algum som no silêncio. ele acordou. os passos faziam um imenso barulho no não silêncio. acordado, levantou. limpo os olhos, lavou as memórias ruins na água corrente e parou diante do passarinho que batia no vidro da janela do banheiro. o passarinho é amarelo e cinza, um bico pequeno, asas bonitas e lhe olha com estimulo. ele imagina que o passarinho não percebeu o vidro. o barulho da batida foi alta, incomodou, ele resolveu espantar o passarinho com sua toalha, vermelhas, com pequenas manchas de água sanitária. os passos se silenciam. os olhos de sua surpresa acendem flores ao acaso.
navega
os passos são de Pedro. Pedro ama ele. Pedro erra todos os dias e pede perdão. Pedro lhe penetra o corpo com gozo e amor, sexualidade e dispersão. Uma música toca em seu mais íntimo pensamento, pensa em pedras, uma rocha lhe risca a turva visão. um besouro preto anda no tapete da sala, e na antessala outro inseto passeia distraído.
navegação
Ele escova os dentes. ele olha seu corpo no espelho. fantasia. ouve novamente batidas na janela e os passos mais próximo. seu coração se senti cheio, pesado, imundo e inundado. pensa em algo mais profundo, sem vento, pensa em um bom dia na praia.
fora da água
Pedro encontra Lucas. Lucas estava vazio. Lucas olha em seus olhos e diz:
- eu vou ver mar, e sozinho.
(na praia, ele olha com felicidade um barco que estava longe da praia, toma sua água).
Marcos Samuel Costa, prosa 2019
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