carta 01


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fui eu que na surpresa da angústia terminou tudo. eu ainda, mesmo que de forma consciente, apagava o fogo do nosso amor. dizia adeus aos passeios de tuas mãos, aos sóis que degustávamos nas tardes. aprender na chuva que a água não é o teus olhos. as lágrimas descem do meu coração. peço o endereço das casas de festa, quero sair para beijar na boca, mas não sinto vontade de beijar nenhuma. adoeço e morro. vivo e me torno um milagre. ainda vivo continuo sofrendo pelo mal que eu mesmo me fiz, já morto sofre pelo mal que posso culpabilizar outros. peça diante da luz da noite, teus pés úmidos na cama e ser aquecer com o meu. e deixo de escrever-te, vivemos já a cegueira do ódio. 


marcos samuel costa - prosa2018

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