Saltos ornamentais & outros poemas - de marcos samuel costa
Ressurreição
um
vendaval
nos atinge
anos peles distâncias
uma cidade
cheia
vivos
sem vida
atinge nossa casa
me penetras agora
sem vontade
nossa
cidade
descomunal
um deserto
se abre em forma
de ciclone limoeiro
nos atinge
anos peles distâncias
uma cidade
cheia
atinge nossa casa
me penetras agora
sem vontade
descomunal
um deserto
se abre em forma
de ciclone limoeiro
cintila
a tarde
amargamente
onde te procuro
e nada encontro
apenas o aroma
amargamente
onde te procuro
e nada encontro
apenas o aroma
Mutação
1
No
vendaval apenas
o limoeiro seus frutos
verdes outros
tantos amarelos
sombras a comê-lo
a violência de
ter dentes sobre
dentes
2
no
final do
vendaval o aroma
invade minha
morada
retorna os galhos
do limoeiro
nossos mortos
para a Santa
Ceia do Senhor
o limoeiro seus frutos
verdes outros
tantos amarelos
sombras a comê-lo
a violência de
ter dentes sobre
dentes
vendaval o aroma
invade minha
morada
retorna os galhos
do limoeiro
nossos mortos
para a Santa
Ceia do Senhor
Saltos ornamentais
e sou tomado
pelas sombras
que devoram
a dignidade
a laranjeira sem
nenhum fruto
passando a tarde
pela rua
te reconheci
(me fiz
a infiel promessa
de não escrever
sobre os efeitos
da nossa separação)
sem medo laranjas
verdes amargam
a garganta
sem voz
sinto tua falta
pelas sombras
que devoram
a dignidade
nenhum fruto
passando a tarde
pela rua
te reconheci
(me fiz
a infiel promessa
de não escrever
sobre os efeitos
da nossa separação)
verdes amargam
a garganta
sem voz
sinto tua falta
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